o eterno tormento de tanto sofrer e de tanto chorar e de tanto rir que
quando rio, parece que se sumiu o rio por entre os dentes da famigerada vida.
Que vida era então a minha! Se nem dragões são coisa de se crer como não são
de se ater a nada mais que o triste querer popular.
"Acorda" que se não acordas
alguém te há de acordar, com mais corda ou menos corda não importa nem
o sonho nem o lugar, se bem que é sempre o mesmo tilintar na
ponta dos pés, na ponta da boca, nos lábios que mais parecem estrelas
e nos dedos, pouca coisa senão cometas!
Tenho tantas saudades tuas às vezes que penso que se me vai
quebrar o que resta da alma mas amo amo amo ainda um resquício
de amor
amo ainda uma tirinha de dor, prontinha sempre a que venhas mais
uma vez ainda
vem
que te espero até ao fim do mundo porque eras tudo o que queria
e tanto do que também queria como quem quer um copo
de aguardente com a garganta em fogo já ardida já ida a chama
da vida
não sei de mim perdida por ti nesta vida de suma majestade e escolha
em que empunhaste teu absoluto falo para mim e sobre mim que
se me abatia sem luta nem estrago, mas
Foste-te por ai, como sempre me avisar, avisaras,
não sou teu dragão
não sou nada
senão o centro
intenso
do que de mim se emana
e para quem
fazes vénias agradecida.
Não és nada senão o que de ti me lembrar nas noites escuras
eternamente tuas e frias onde não procuro por ti no outro lado da cama
acostumada já ao vazio do teu lugar agarrada já ao que de mim
ainda me faz levantar.
E enfrento os dragões que voam baixinho e os crocodilos que sempre
me lembraram dragões sem asas engolem a minha única amiga e
Aqui estou no centro de mim, Feita de mim até ao último dia.
Aceitei o desafio e sem escolha possível fiz de mim o que de mim
querias
tão longe e brisa, tão fria e ferida que não creio que haja já quem
me possa salvar de mim
senão eu a mim mesma.
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