ouço-te e odeio-te tanto que mal me cabe espaço para
fingir que ainda te amo como sempre te amei
finjo que finjo que sei que te amo como antes
e seguro o ódio com a ponta dos dedos
fazendo para que me não pique
não quero ódios assados no forno para os
meus dias
e para as minhas noites então quero que a luz que
do solo brilha, acobreada e lisa, longa como a mais
longa das viagens daqui
para a China me embale
slow boat to China
não cantes mais essa canção Agda
a única coisa que queria era ver-te feliz
quando me vês de manhã, ao despertar
mas de madrugada pareces odiar-me mais
ainda
queria-te que porquinha querida fosses
quando me vês
mas gorda porca não pode mais
que comer-se comer-se comer-se
tanta pena tinha eu daquela porquinha
mas de ti...
Todas as manhãs, todos os dias
agora também às noites
tenho mesmo é uma vontade incomensurável
um desejo tão profundamente impossível
de ir de barco devagar o mais devagar possível
daqui
até à China
sem ti.
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