qualquer coisa no teu olhar desde o primeiro minuto
sentava-se em mim, como se o meu colo fosse feito
para guardar os teus olhos
que choram longas lágrimas de noites escuras
e estrelas longínquas que se desfazem nos beijos
que não damos
a tua voz calma e serena ecoando o tempo que se esquece
de nós enquanto em nós entrelaça nossos desejos
famintos e aguados, cataratas de nuvens altas que chovem
em fio
todos os dias
às duas da tarde
e fecho os olhos menina de quinze anos
sonhando-te na janela da frente por onde surripiamos
quimeras do tempo que há-de vir onde te engulo
de ondas monumentais
arrasando mundos criando vidas e fazendo-se de algas enrodilhadas
em nossos corpos molhados
escorridos de línguas e mãos entre mãos e beijos de bocas em rios
até que o mar se aquiete no fundo da tua garganta
quente que da minha voz se espraia sobre peixes alados arrastados
na corrente que há-de vir onde sem
amanhã nem ontem seremos nós
eternamente jorrando os gemidos mudos
que durante a noite seguramos entre pernas
sós
até um dia.
"something in your eyes from the first minute sat on me as if my lap was made to keep your eyes who cry long tears of dark nights and distant stars that melt in kisses that we don't share Your calm and serene voice echoing the time that forgets us while we intertwine our hungry and watery desires, waterfalls of high clouds that rain a torrent every day at two p.m And I close my eyes, a fifteen year old girl dreaming of you in the front window where we swipe chimeras of the time to come where I will swallow you in monumental waves tearing apart worlds creating lives and shaping our wet bodies of coiled seaweed dripping from tongues and hands between hands and kisses from mouths in rivers until the sea quiets in the back of your throat warm from my voice that spreads over winged fish dragged in the current that will come where without tomorrow nor yesterday we will be us eternally spouting the mute moans that at night we hold in-between our legs alone Until one day.
Comments
Post a Comment