(in english below)
No primeiro minuto nada aconteceu
que não fosse a certeza da luz que dele se emitia,
como se daquele ser emanasse alguma espécie de luz
que já avisava, "somos partícula da mesma partícula."
E porque o primeiro impulso quando nos vemos ao espelho é "fugir,
pernas para que que te quero e andor",
procurava sempre não te olhar nos olhos
não esbarrar com um olhar que me desnudava
por dentro, e que mais ainda, me deixava
impávida e serena perante o preto da tua pupila
que aliás, deve ser a única coisa que resta de mim. A pupila.
O resto derreteu. Derrete sempre. E sempre se reconstrói.
Cada dia com um pouco menos de dor a extravasar.
Escrevo outra história. Mais simples.
No primeiro minuto só soube que não podia olhar nos olhos teus
~
In the first minute nothing happened,
if it weren't for the certainty of the light that pulsed through him,
as if some kind of light emanated from that being
as if warning me, "We are particles of the same particle."
And because the first impulse
when we see ourselves in the mirror is to
run away, my legs did the running
so I would not see me.
All I had to do was not look you in the eye
not to cross eyes,
for your eyes disrobed me
from the inside, and moreover,
I felt undaunted and serene before the blackness of your pupil.
Which, in fact, must be the only thing left of me. The pupil.
The rest melted. It always melts. It always rebuilds itself.
Every day with a little less pain spilling out.
I write another story. Simpler.
In the first minute I just knew not to look at you
Comments
Post a Comment