é pela paz que eu não quero seguir admitindo
o silêncio da minha alma calada pelas paredes
sujas
pelos homens quietos
pelo vento que sopra contra a minha boca dura de tantos
silêncios chorada já
a tristeza é do tamanho do absurdo do ar que respiro
enquanto imobilizada imóvel paralisada enfim pelo
grito raivoso do cachorro vizinho
não caem senão lágrimas de meu estouvado ser que no absurdo
e no não fazer sentido da lógica dos normais fosse então a
ilógica tristeza de se ver meu ser,
desvanecendo-se no silêncio imposto ao meu querer chegar
só de leve
ao nosso lugar.
é pela paz que não quero seguir admitindo
o direito supremo de me arrastares pelo chão
do Palácio de Versailles
pois que o meu silêncio é da cor mais escura do azul mais óleo
que conjurar não conjuras
e vendo bem, olhando no fundo dos olhos meus
no reflexo de todos os espelhos,
sei-o
sei, sem delongas
o silêncio é meu
e isso, ninguém me tira.
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