construí de próprio punho a abóboda do meu
ser
de cristal, tão delicado ouvinte, tão requintado
sabor e tão profundamente quebrado por natureza anunciada já
e nem um só pau de aço ou ecos de motos perpétuos
na história de tão virtuosamente partida, a minha abódoda
do ser.
não me ouvirão queixar de obscura escada enrolada ao redor
da minha alma
tão deserta e desnudada na escuridão intensa em que assim
brilha
às custas de mim,
então, queria só deixar aqui um inusitado pedido:
creiam-me, sou mesmo assim
meio tonta meio louca meio despudurada na minha inocência
obscura ao final de tantos cinquenta e quatro anos de vida
decorrida
já
Só peço isso:
creiam-me, sou mesmo assim
e ninguém acredita.
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