... rememoremos com os remos da memória
enquanto se afundam lentamente as letras
e à vista nua não sobram mais que violetas;
as primeiras flores, compradas de coração
no chão.
Conheço o medo medonho de montar
nas costas do demo
os pés flutuando e o corpo que em ventos
submersos nas asas suas
sua
condensando em águas mil
a vida da violeta veludosa e insensatamente
quente olorosa
unção balsamica afinal
encontrada após a predestinada montadura,
endemoninhado sonho
de onde mal se escapa com vida.
Submergem-se as palavras no rio
onde as lavadeiras batem a roupa
no canto que veste os homens
nus
sempre nus.
Bestas sem música que não seja a do grito de Isolda.
Gritamos juntas.
E sobre nosso surdo grito a quentura doce do veludo violeta
onde nos mergulhamos
por querer
Ondas roxas de violas odoradas recebem húmidas
nossos gritos surdos
nossos peitos mudos
e o mundo inteiro se aquieta
junto ao demo
que matematicamente seca o leito do rio.
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