tu lês-me amor?

 tu lês-me amor? lês-me quando assim escrevo de chofre

como se amanhã fosse ontem e as palavras são só ar na minha boca quente

e escura

não há janelas no céu da minha boca

deitar-te-ias nela? de olhos fechados e capaz de adormecer?

meu amor não te olho de frente porque de frente foge-me o coração

pela boca escura

que de repente se abre

e de onde voam tantas e tontas borboletas

que de leve cuidas de não afugentar...

meu amor, tu lês-me, assim, de madrugada

quando eu teimo em não apagar a luz

vá-se lá a saber porquê!?

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