Não mais, "do príncipio ao fim."


pergunto-me para onde foram os últimos fiapos

de quem te amou com respeito e candura

pergunto-me para onde foram os primeiros

dos últimos olhares com que já não te vi

e a cabeça cai

decapitada

de um só golpe.

Sobre mim, a loucura que me ofertaste

como presente de nascimento

e que flutua 

nos jorros de sangue

que te invadem a memória

afundando o futuro

mas chafurdando-te

ainda

na violência do golpe

certeiro que até hoje

tens o dom de me mandar

do inferno

onde espero que ardas

com todos eles.

Arda a fogueira eternamente, porém

e minha vida jamais outra será

e esvaindo-se-me dos dedos

como de todos nós, aliás,

a minha poderia ir doce e lenta...


Essa era a minha última esperança

mas no último olhar em que já não te vi

a porta fechou-se no vazio

e a minha cabeça caiu

decapitada

dos sete mil golpes com que te deixo bater-me

até ao fim do dia

desde o primeiro dos dias.


Assim foi

Não mais


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