Vai, vai, vai... fui

Vai, vai, vai...não vou

Vai, vai, vai...não vou

Vai, vai, vai. 

Fui.


Fui de noite, para te descobrir

do outro lado do espelho

no meu corpo nu

que de leve te seguia 

vem, vem, vem


Alta noite meu corpo ardendo

na tua voz

e aconchegando-se a medo

entre os lençóis frios

e um corpo que já não sei

e que na manhã raivosa 

me gritava, vai, vai, vai

F

u

i

e deitei meu corpo nu

por sobre o espelho

onde

de braços abertos

me esperavas 


                                                                               Pavel BRUNCLIK, UNTITLED V.



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