Uma Praga Viva

O ódio gritado com que me come a carne ferida

da almita, tão escurita...

O desprezo feito quase vómito cuspido

e O Som do Céu face à tua cara fechada do nada.

Ah! a raiva fulminante com que já terias caído

morto,

se acaso resolvesse oferecer-te uma praga

viva

mas não, e tu,

já incrustado na que era a minha pele,

pele fina e cinzelada, já tantas vezes rasgada de bisturis

já tão queimada, dos fogos com que me agraciavas

e cujas cinzas agora se esparramam sem esforço

sobre o teu torso pardacento

quando, 

            de leve, 

                    te lembras de me enxotar ao passar da brisa.

   



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