à nossa frente finalmente de dentes arreganhados

à nossa frente 
finalmente, 
de dentes arreganhados a nossa própria finalidade 
tão abruptamente doentia
que não resta mais que obedecer e
fechar as portas
pois que agora, enfim
nos dão razão à nossa falta de ser.
Quem se pode olhar e acarinhar?
Ah! Como choram e urram do vazio pressentido já 
as nossas ruas 
tão rapidamente carcomidas!


Ah! Como tudo tanto me dói de ver à nossa porta
porque afinal,
e como sempre,
somos um.
Agora unidos na histeria da incompreensão
incapacidade, 
luxúria do acaso
e como sempre,
somos um.
Somos nós
agora,
cegos
e de boca fechada.

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