Os números em dobro até já não conseguir somar
sem que os dedos contem
a rua e os passantes
e mais um.
Mas vejo-o
claro como se fora eu mesma
dobrada
triplicada
até que seja preciso contar-me com os dedos
e não há rua nem passantes
nem mais um,
apenas o número
que segue somando-se
a mais quem saiba.
Só essa repetição infinda do mesmo ser
recriando-se no avesso de si
inutilmente
porque a queda é sempre a mesma
qualquer que seja a ladeira.
Foi assim
que vi, no avesso do espelho, que o amor é pancada
e a vida a despiedade da piada
onde vejo a nitidez da farsa
refletida na triplicidade
infinda
do espelho.
sem que os dedos contem
a rua e os passantes
e mais um.
Mas vejo-o
claro como se fora eu mesma
dobrada
triplicada
até que seja preciso contar-me com os dedos
e não há rua nem passantes
nem mais um,
apenas o número
que segue somando-se
a mais quem saiba.
Só essa repetição infinda do mesmo ser
recriando-se no avesso de si
inutilmente
porque a queda é sempre a mesma
qualquer que seja a ladeira.
Foi assim
que vi, no avesso do espelho, que o amor é pancada
e a vida a despiedade da piada
onde vejo a nitidez da farsa
refletida na triplicidade
infinda
do espelho.
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