Avós

As vozes mansas ainda na madrugada cinza
e o corpo entre o algodão e o sono.
A porta entreaberta para o céu
deixando escapar o tempo tenro
em que os querubins eram mulheres sem asas
mas de peitos roliços cheirando a nuvens prateadas
e logo as matinas
dão o primeiro movimento
e as serafinas sorriem
plumagem de cisnes
que se evola das alturas ao tempo puído
onde o corpo perdido procura o trono divino;
escarlate já
de tantas aladas asas drapejadas
desde a casa
onde pelas portas abertas caminham todas as nossas almas...
de peitos roliços
e cheirando a nuvens
prateadas

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