Felizes

os sulcos marrons que se abrem lentos
nos braços do mar que agora ondeiam
em meu corpo pequeno
esgarçando-se aflitivamente
pelo abaixo das pernas que apertam
no centro  do ser

minhas costas acima a verga espiga
da carne de algas e sal que se vê onda
em teu corpo enorme
espraiando-se pelando
o mapa de minha pele de terra batida
apontando o que
podia ter escolhido
ser a morte
em mim.
Mas não
sou teu bem maior
a luz imperial do que te faz sorrir
pela manhã
o diamante em que te
elevas sem traço
de não ser
tão suma e surda
que de mim fazes a faca
com que de perto
nos golpeias

porque ser feliz assim
é obra de demónios.

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