Amo Ama zónia zônia

E vejo as árvores que morrem de pé
seus cabelos verdes que se transmutam
vermelhos      cinza       e  suas vozes ao vento:

só a gente que árvore é
se deita sobre nossas raízes e com eles murmuramos: 
voltaremos    quando a loucura 
amainar
      e já pó cinza e nada os que hoje lançam chamas de suas bocas
 surdas
        pobres tristes    cristas roucas 
Voltaremos       lenta e ceremoniosamente
fénixes      renascidas dos seus restos mortais.

Escuto-as
e enrodilhando-me lentamente nos ramos que ainda
se estendem para mim
amo ama zónia zônia
                          e rezo
para que as árvores sejam livres por fim


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