espanto-me com o silêncio aguado e curto em
que me deixas
como se eu não existisse aqui nem no ar nem no mar
nem em lugar nenhum
deixas-me aqui neste silêncio de ti
e a minha voz cresce e ecoa e grita e invade os
lares dos malpercatados
que lá de longe se embevecem
com o som da minha voz
que sem ti
me ensurdece
ensurdo-me de ti
reflexivo
fazes de mim a matéria do teu silêncio
um grito mais lento e rouco, um murmúrio
de ondas quentes que se arremetem contra as
minhas pernas
e que assobiam, ao luar.
Faço-me do teu silêncio
o troar pelo lar dos malpercatados
embevecidos.
Culpa tua. Muito embora minha.
Muito embora tua.
Você sou eu que me vou
do outro lado do espelho.
que me deixas
como se eu não existisse aqui nem no ar nem no mar
nem em lugar nenhum
deixas-me aqui neste silêncio de ti
e a minha voz cresce e ecoa e grita e invade os
lares dos malpercatados
que lá de longe se embevecem
com o som da minha voz
que sem ti
me ensurdece
ensurdo-me de ti
reflexivo
fazes de mim a matéria do teu silêncio
um grito mais lento e rouco, um murmúrio
de ondas quentes que se arremetem contra as
minhas pernas
e que assobiam, ao luar.
Faço-me do teu silêncio
o troar pelo lar dos malpercatados
embevecidos.
Culpa tua. Muito embora minha.
Muito embora tua.
Você sou eu que me vou
do outro lado do espelho.
Comments
Post a Comment