Aqui te amaldiçoo

porque a minha Força se espalha pelo chão
como pregos metidos em pão
e outros cozinharei e outros porei na mesa
com guardanapos de linho
e mais dia menos dia
convido-te para jantar
gangrena a céu aberto virás
e as varejeiras que de ovos oferendas fazem
na tua infecta língua pousadas
com boas maneiras te acompanharão
e assim vejo, e assim é
porque a minha Força é como o Advento
a Páscoa a Ressurreição
Aqui te amaldiçoo
e cuspo no chão
incharás de fétidos gases
e teu cenho frontispício de fealdade acrescida
túrpido túrgido
se acrescerá de uma ou outra pústula mais.
Mas, sabes? porque sou Santa Abençoada
Anjo de longas Asas
no final da ceia, da mesa te levantarei,
já tão convulsiva repulsiva
criatura
que só mesmo eu, magnânima e doce
para no chão te deixar
e ver a terra de tal praga te aliviar.

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