nem lágrimas mais, só a inanição

nem lágrimas mais, só a inanição
perante a loucura normal que se inscreve
no teu rosto deformado
pelo mimo
e por uma dor de homem antigo
perdido na mulher nua
que oferece a pele ao tambor

nem sal, só o fel do grito da estupefação
abafado pela sua própria
natureza
ao cruzar a porta
e
reportando-se pouco depois
acima do limite
da velocidade
com que se anda para trás

como os caranguejos
sempre
fazem.

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