A pomba-gaivota

orbiculanda ciranda plena praia ao vagar do
meu andar concêntrico
seguindo a orla do mar
e o rodopio das gentes
moços e velhos que assim
afastam seu azar do corropio do dia
ondeando lentos e cantando leves
a canção onde haveria de me jogar
se abrissem a roda.
Tateando rodada gente faço-me
giro espirolada pomba
aspirante a gaivota
e revoluteio no ar
a ciranda
e seu
cantar
afastando-se da praia-mar
e eu
já sendo peixe mensagem
pomba dos céus de Lisboa
sei que aqui ficarei
recifes e tubarões não assustam
entes voadores
e eu jamais pousarei
neste chão.

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