noivado

se eu em fatias fininhas quiser cortar
minha doce boca a ti não cabe
limpar o fundo do chão onde me traçam
tesouras
e se no final resolver que melhor
do que morrer seja cantar
de lábios em sangue
a ti tão pouco te quero
para me acompanhar
pois que de ti me veio romba a última navalhada
e se procurei em teus olhos lacrimosos
carinhos e desvelos
foi já sem enredos
pois que de tantos e tantas que por amar
cega tropecei em cacos roxos
de pernas sanguinolentas
nenhum
me retalhou em postas mais
brutas clamando minha mão
já de meu braço talhada a redondos e
e obtusos golpes.
Falta que lhe ponhas um anel de brilhantes.


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