enlaçada no trote que se faz presente a cada volta

enlaçada no trote que se faz presente a cada volta
escrevo-te vilancete e trova
só para que saibas que por ti não respiro
não gemo nem grito
para que saibas que por ti não existo
escrevo-te, meu querido, cantigas de amigo
De escárnio e maldizer
não tenho como e
cantigas de amor só mesmo ao alvorecer
de uma nova cantada
quando talvez me vendo já pelas costas
faças o que em desvario e miséria
meio mundo já fez
implorando-me
do alto da tua soberba
que volte aos teus adorados braços.
Mas dúvido
é que o meio mundo que assim
por mim clamava
no fundo
ainda me amava
enquanto que tu
mais não fazes do que aceitar
o que ainda tenho para oferecer
amostras de amor perdido
que guardo nos escaninhos
do meu abanico.

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