Equilíbrio

Balançando o pé equilibrando o pouco
espaço de um corpo que não é nem concha nem
estrela quase me estatelo
enquanto oscila teu martelo de rachar
no meio os precipícios mais azuis
escuros onde minha extemporânea cara de menina
te olha entre o mundo estilhaçado
e os pedaços incrustados
no precioso abismo que espias e
que chora
pois embora nossa boca ferida
se ajeite no beijo de ladinho
em cuidados mal esboçados
vão já altos já lavrados os mesmos velhos
sorvedouros
que douta cavo
e que sábio sulcas
na desilusão da queda em que sem surra
se suspende a aurora do que seria nosso amor sentido


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