quando a voz

quando a voz se extingue entre a lâmpada
da miséria e o surto de febre já nem amarela
pouco mais nos resta do desamor
da porrada da desgraça do corpo
esquecido à beira da porta
da entrada
quando perdemos sílaba a sílaba
o último rastro do afeto
em forma de apelo
de oração ou crença
em qualquer dia menos triste
que o de hoje
para quê
pergunto-me eu
para quê continuar
a senda desta vida
tédio e mágoa de não se ser mais nada
do que aquilo que se é?

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