nada digo nem nada direi e no silêncio

nada digo nem nada direi e no silêncio
infindo assim te amarei
sem que de trocas nem medos
se encha a aurora o espaço ou o tempo
sem ontem
nem hoje
e sem tão pouco amanhã
sem palavras nem rosto
esperança morte e saudade
quieta estarei em descrente paisagem
lugares de musgos rombos
ruínas onde um dia alguém mais
há de passear
e um dia à tardinha
um esquife encontrar
e se ainda escrevo
é apenas para me castigar.

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