e amar-te até sem amor

e amar-te até sem amor
nem voz
nem vez
não quero tão pouco ser tua
que possessiva seja a língua
do céu da tua boca
que eu quero apenas
nada ser
nem tempo saber que seja
isso é o que quero
dar-te
nada
envolta na ponta dos teus dedos
na escuridão dos teus escombros
já ida a graciosa rosa
da boca
em que
mal te beijei



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