nem um silvo, nem um ai,

saudade do sonho que em ti não acorda
o sono é ido e o silêncio impende
e nesta vida não tenho como dormir jamais
nem um silvo, nem um ai,
o silêncio oferta de tua língua esperta
e o rugir do meu querer que desespera
surdo nos lábios desbeijados da aurora
crua e fria a cada dia
nem um silvo, nem um ai,
e assim me espanto no silêncio
sem quebranto onde nada mais faço
senão lançar-me ao furor do mar e
esperar, resignada, que
quando de lá me não pesquem
em alba madrugada
tu venhas
e haja um silvo, haja um ai
que por entre as ondas do mar
não se ouvirá jamais

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