confesso, no silêncio do desamor

confesso, no silêncio do desamor
nada me interessa
nem a cor da cidade nem o sabor da maresia
amputada faltam-me desejos de porto
de ser barco ou flor da metrópole
que me viu nascer mas que nem por mim
se comove
ou se agita
confesso, não sou bote de andar à deriva
nem no Tejo que me aninha
quanto mais no teu peito
que só sinto meu se se abala inteiro
não sei meu amor que te diga
Lisboa é linda
mas no silêncio do desamor
falta-lhe vida

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