sem bússula

me agarro com todos os pelos todas as unhas
todo o ar que atravessa tua boca de tanto respirar
dentro da minha
e
me afundo sem boia de salvação
nem bote salva-vidas
à força de tanto inspirar a certeza
com que finalmente me deixo baldear
qual escuna entregue à sorte do mar alto
ventos
e o apelo
evidente
do horizonte aberto
rumo às tuas ilhas

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