talvez ela e eu nos pareçamos,
talvez em algum lugar obscuro sejamos a mesma
talvez em algum lugar obscuro sejamos a mesma
talvez a pudesse amar a ela, como a ti,
talvez haja em mim demasiado peito, ou
quem sabe não me aperte a consciência
de me ter aberto a delírios
desleixada a minha vida por água abaixo
terra acima
e o meu corpo não faltasse tanto na hora do prazer
que sempre tarda
és poeta e sabes quem eu sou, ela,
ela só chorou em meio ao meu corpo apodrecido
e
assim ficamos os três
sem que nunca a carne que me serves
nos una
para além da boca
onde
a ambas
agora depositas sustento farto dado teu corpo à míngua
e nossa língua cortada
como se não foramos jamais filhos da palavra
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