enveneno

e porque me enveneno eu com tanta falta de
parcimónia?
porque me entrego eu à vossa latitude sonora?
à vossa presença honrosa
e ao despudor dos corpos vossos
que se indicia apenas
por entre tantas tantas tantas
meias mentiras?
porque me enveneno eu dia após dia
hora após hora
súplica após súplica
quando a minha morte
virá certa
sem que tenha de beber da taça da vossa
infâmia?

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