vou fazer cinema
da história de um telhado que tinha ruído
da história de um telhado que tinha ruído
e de dois homens que se tinham atracado à porrada...
da precisão das mãos no meu corpo
e da certeza da minha respiração na noite
mas a banalidade do encontro dos corpos no telhado superou-se a si mesma
(apesar do horror da dor ) e da minha boca escancarada no grito
abafado pela água quente e o excesso do espaço dos homens
nojento
no estertor da sua presença.
E tu. Entre a tristeza de me veres e seres poeta.
Entre deixares-me fugir pelos recantos do meu corpo atroz
e ajeitares-me junto ao peito.
A água quente,
os resquícios de uma árvore nua
que não se sabe como não flutua
Assim eu.
os resquícios de uma árvore nua
que não se sabe como não flutua
Assim eu.
Guardo tudo isso dentro da cinematografia instável da memória.
quase que te ofereço um beijo
(mas nunca precisaste de mim)
deixo que os meus lábios te toquem de leve.
vou fazer cinema.
...é como se estivesse vendo a cena... sua escrita tem força de som e de movimento... não conseguimos deixar de seguir as palavras que não valem por si mesma ou se enriquecem com a sonoplastia com que são escritas... ande!!! deixe-se ir e dê-nos o mote para que sigamos a sua idéia... não sei se gosto ou se não gosto...sei que cheguei ao fim, querendo mais...
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