Nāo
me imagines, nāo sou para ti.
Nunca
fui para ti
é que nāo sabes o que fazer com a inocência
guardada
entre os meus lençóis, a pureza fechada
na minha
boca
E o
vento quente que me atira pelos ares
em antárticas horas
Não
te chegues a mim, não me beijes por engano
Não
me sonhes
nem
creias
que
sou como as
outras
pobrezinhas comedoras de homens, gordas amélias,
mãezinhas mesquinhas maldosas renitentes tristes
almas
que choram o teu desamor
no andar de cima.
almas
que choram o teu desamor
no andar de cima.
Eu sou uma velha
menina
difícil,
difícil, difícil
de
caracóis longos
Escuros,
densos, Emaranhados
Enrolados
caracóis nos meus dedos Esquálidos
gelados,
feitos pingentes das lágrimas que choro
Quando
canto silenciosa acordes de Stravisnky
Enquanto
o samba pulsa
da garganta
para
o chão
Não te chegues.
Não
te mintas
só para não me quereres.
só para não me quereres.
Só
não me queiras. E
não é por nada;
é só
que não sou para ti.
é só
que não sou para ti.
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