me beija

Queria escrever-te mas como sempre já não sou gente
sobrevivi à pena lacrimejando sentida
rosnando ferida
E muito embora te pese
a notícia que me iria
A verdade é que sem mim tu serias e estarias e nem o mundo se
ressentiria,
creio.
Imagino.
Incêndeio.

Se pudesse escrevia-te todo o dia só para escutar
teu coracção batendo e o pulsar da alegria
que dia meu amor que dia esse em que nem gente fomos
mas tanto e sempre e quem sabe sabe que para nunca mais
e quem sabe talvez talvez talvez
para amanhã
ou quem sabe hoje ainda
não chegues cantando
sem ser de saída. Te amo menino meu filho querido
meu pai meu amigo meu amo e nem meu nunca meu
nada meu
porque nem um beijo me mandas na aleivosia.
E acho que nem de menos seria um beijo no cordão que liga
meu pensar e tua pele macia.
Me beija me beija me beija de manso e ligeiro
como quem nem pensa
Me beija me beija me beija
pois beijo é coisa que requebra a alma e torneia a melodia.
Me beija pois que se acaba a vida.
A minha.


Comments

  1. muito bonito o teu poema Paula... Parabéns!

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