a praia II

E não me digas que amar-me amar-me-ias
sem pernas e sem braços
um coto jogado na beira da areia
entre o ir e o vir e o balanço infindo
das ondas que quebram
o corpo e o dia a noite e a alma
o grito e o choro e o meu querer
tempestuoso
imenso e monstruoso
como um coto que goza
a verdade da amada ida linda e loura
e longa e sinuosa
e que te olhava e te queria
e te desejava tão crua e tão pura
que até o sol se contorcia
a sombra torcida no gozo infindo
da onda
que ia e que vinha
e eu sem nada nem nada nem nada a não ser
a memória
distorcida
do quanto
eu
linda
e
loura
te amava
e te queria.
um coto na beira da areia
de quem nem um peixe se abeiraria
Não me digas de que amor me amarias.



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