Monge

Pergunto-me se me construiste vírgula a vírgula
entre as Maiúsculas e as interrogações
invertidas. Pergunto-me como se fora um comentário escrito à margem:
lês-me ou escreves-me?
Mas como Deusa me sinto entre as marcas de pontuação
amada no cerne do ser onde a palavra me erege
entre a pulsação do coração e a plácida mentira
da vida.
Sem corpo que não seja o corpo do texto
onde me adoras
inutilmente me mumificas
possuindo-me na eternidade dos teus dedos.
O sem tempo é meu
para sempre Amada
na virtude do instante em que me lês
Ereto tu
e eu, em hercúlea adoração.

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