a ausência da palavra

entre o baque na boca do estômago e a
ausência da palavra pura a putrefacta alma
com que quero te quero reitero te quero
sei lá
para além de Sevilha
das sevícias da polícia
do horror do corredor
onde frente a frente se alinha sem eira nem beira
a passagem
para
onde
nem tu
(nem eu)
nem nossas pernas venha a noite e venha o dia
alguma vez se entrelaçaram rumo à vida.
entre o baque na boca do estômago e a
ausência da palavra pura a putrefacta alma
saca dos dedos em agonia
e
escreve
como quem te escreve
como quem se suplicia...

Comments