Ouço o silêncio do leito e do terror que já conheço

Ouço o silêncio do leito e do terror que já conheço
de outros filmes antigos onde cada um que nāo entrava
eram os dedos que recontava
(nāo me contes nada pelo amor de Deus).
Ouço o grito rouco de cada sílaba escondida
que te há-de levar à afonia.
Maga predisse o medo no exato instante
como se futurologia fosse milagre
na face do medo transmutado
no teu rosto lento de alento e desejo
imutável
maciço
permanente
costurado entretelas com bainhas invisíveis.
Que grande coisa fiz!
abrindo o espaço da morte vivida vez a vez
como se fosse piada.
Morta a santa sem puta que a substitua com
a
devida
grandeza,
estouram-me os tímpanos na mudez do dia
surda que estou com tanta gritaria.

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