vieste hoje de manhā pela madrugada mais lisa dos Invernos

vieste hoje de manhā pela madrugada mais lisa dos Invernos
e frente a mim sorrias, teus olhos serenos da cor do
que é o que seja o mar onde nos afogamos
vieste hoje pela madrugada incerta dos jardins da luz
da minha alma impura, inteira, tāo veementemente tua
(puta mentirosa) que
nāo tinha porque nāo to dizer
e assim vieste e falamos e tecemos o futuro apagado
quando de entrada escolheste o silêncio
nāo fosse a medusa
a feiticeira
a bruxa
a tigresa
que é doce de leite pastel de nata
já nem sabes porquê, já esqueceste o porquê
porque foi há tempos já
há tempos menino
há tempos que tudo isto foi
quando eu nāo podia ainda distinguir as lolas das leilas
que me cuspiam chafurdavam infestavam de suas doenças do mal
foi há esse tanto de tempo que eu esqueci tudo
ou quase tudo
Rogo ao Pai, ao Filho e ao Divino Espírito Santo que me deixem estar.
Mas vieste de madrugada cutucar no cortiço acirrar o boi
vieste hoje de madrugada.

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