A fragilidade do corpo que agora
parece desfazer-se em
poeira
(E talvez no canto dos pássaros)
sinto-a no vento condoído do meu
rosto
que dá de si na laçada larga
de minha pele
de viajante
caranguejola
e de menina
envelhecida esquecida
espaço do passo essencial da
ausência.
Quando me vejo por dentro
ainda
questiono o dia
Quando me vejo por fora
é o cine
a tela a interpretação do texto
que tão pouco lia
mas que agora espreito
sabendo-o ensaio geral da vida
que não sabia que tinha.
Se me vejo ainda refletida no
lago dos afetos
É porque me dás o verbo no sonho
que ocupo no teu olhar
No teu sentir
No teu amar.
Mil vezes e outras mil te
agradeceria
por me dares a vertigem da
alegria de me saber mais que o meu olhar
por dentro e por fora
do que foi
e talvez fora
e que pode ainda vir
a ser
no que seja futuro
onde me será dado ver o eu
esmiuçado na alma que queda
atravessada na leitura de mim.
Quero dizer-te que me sinto
Agradecida
Mas a palavra é oca. Dou-te
portanto o corpo de minha boca.
Palavras lindas....tristes, mas verdade.....xoxo xi <3
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