Que sou nada nem ninguém além da sombra à minha beira
Há muito sei
E gente que pessoa não era bem o disse
Para além dos cafés da Brasileira
O que vos quero dizer é dos
Que não têm crimes
Nem misérias mas palavras vãs e uma ideia
Quero dizer-vos desses
que dia nenhum se reveram na minha ausência
deixai-me que vos diga
Que a minha sombra é de luz
E que os meus passos são água
Água correndo em bica
Por entre o Tejo e o Amazonas
Belém do Pombal
Onde os pombos são garças
E os urubus a ideia
A ideia que os outros fazem
Das minhas águas sem rios
E dos meus pés sem beiradas
Um dia voltarei a casa
Voando sobre o horizonte
E pairando sobre o nada
Talvez assim me vejam clara
Sombra aguada do que de mim
Não paira
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