O corpo desenrola-se como se de um papiro
Se tratasse
Aberto sobre a
mesa
Como que ondula
na memória
Da tua língua
Indo ao encontro
da perfeição da página
Com a ponta dos
dedos debruçando-se
Sobre o início
do mundo pediste-me
Que de novo
desembrulhasse o papiro
E teus dedos
quase rasgaram o ar
Na ânsia do
toque.
Não respiro ao
calor da tua boca
Que humedece o
papiro até que só
Teu cuspo.
Teu rosto em
direção ao meu
E a língua longa
elongando a página
Sobre a mesa
E mil vezes abri
o papiro
Sem luz que
alumiasse a letra
E mil vezes
Me desmanchei
Sentindo teu
cuspo sobre mim.
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