Fica aqui o corpo ainda chorando lágrimas
as lágrimas caindo na lenta descida da face escorrida
por músicas onde me perdi na tua mente
no teu corpo de menino
envelhecido
e não ouvirei jamais os sons em que gravei a história
dos nossos dias de aporia
sem que este corpo se ressinta
e se esqueça
que não chora mais por amor mendigo
de porta à tua porta
este corpo caído no engano do futuro comido
numa cama que rangia
num colchão velho
que se pousou no pó
no corpo das madeiras velhas
carunchosas e carcomidas
não chora mais por amor mendigo
este corpo pó desfeito por mim em lágrimas
que esqueço
já não caiem.
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