minhas mãos como pergaminhos,
o ventre sul suando loucamente
como ultimamente quase sempre
e eu beirando a loucura deitando-me ao rio de culpas que
devo engolir,
talvez cuspir, se Deus me for brando, na hora da morte.
Escrevo como se o fim já tivesse sido, e eu fosse o que de
mim restasse
e tu de mim falasses
ao acaso
namorada a loucura, a morte e a fome
(fome do que não como
fome do que como
como se esfaimada fosse comendo e se me acabassem as fomes).
os mapas escrever-se-iam nas minhas mãos
mas meu ventre pulsa irado
sem que irrompa o dia
entreguei-me à loucura
esperando acordar
esperta
ah se ao menos Deus me for brando
na hora da morte
e eu me perdoar as culpas
eu me perdoar
as
culpas
as
culpas
se eu me perdoar na hora da morte
escreverei o mapa da descida aos infernos
a lâmina de faca afiada
nas minhas mãos
pergaminhos de mapas de loucos que em vão tentaram
atravessar o inferno (do dia).
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