de novo e sempre frente às escadas te encontro,
cabelos de fogo sobre a janela inusitada de um tempo
que não passa a não ser nas horas.
de novo em português quero ser voz
dos pássaros alados que de tua boca me alcançam
beijada enfim
sem que línguas de marfim se enrolem ao redor do não.
os dias infindos para além do mar onde nos busco
te deram o sim como sinal do amor
sem agora ontem ou depois janela frente às escadas
onde teus dedos bússula e meus dedos vento
do norte em teus cabelos,
irmãos amantes amados amaríamos
acaso tua boca
tivesse eu deixado em ninhos
gaivotas simplesmente planando
ao redor dos sons roucos de teus dedos
em meus centros sem compasso
distendendo planaltos nos sábios lábios do sim
do amor que ditaste acaso
quando escadas se estendem eternas,
e nelas te sentas teus braços lanças
talvez moreias
ao redor de mim
eu que tentei o tempo sem mágoa
quantos anos sem relógio
pois que sabe o tempo de um amor assim
e não sabes tu que poeta não passam os anos sobre mim?
ah que nada importa se beijada fui
mel e açucar mascavado sulcos e mastos
deixando seus rastos na memória do que sempre
seremos, lembrando, serenos, tuas rugas sol ardente
que
como sempre
lambo curando inventando teu corpo incólume
sobre mim
pois que poeta te desenho
e poeta não passam os anos sobre ti.
e quando mergulhes caçando moreias
finalmente cansadas exaustas suadas
saciadas do que jamais foi fuga mas apenas luta,
oferenda me faço troféu do desejo
trespassado por teu porte masto onde me agarro
galgadas as escadas que por mim sobes.
Homem que assim és como te quero
quando me derreto lava de cabelos
espalhada na brancura dos lençóis
teus olhos sorrindo para mim
moreia derreada nos teus braços
sorrindo para ti.
E assim seja de novo e sempre
Planaltos altos mais somente no vale, o encontro, Luisa.
ReplyDeleteCom meus mastros baixos e roucos por ti cordar