Dia

não te pergunto já nem na palavra nem
tão pouco na ausência ou na ida noitada
em que mal sonho com a tua escapada;
sem a bondade do dia na simples
interpelação matinal
não tenho desejos de ser gente
e nem tão pouco a morte procurar;
sem a esperança monótona
da tua quase mudez mais não quero
que a chávena do meu café
turbilhão concêntrico
onde ainda te revejo
à medida que as colheres de açúcar
se derramam
e calda fazem
da semente onde nasce a madrugada.
De ti
sobra apenas a doçura do meu café.

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